terça-feira, 12 de março de 2013

Beco de Riomaior - Uma estrada esquecida?



O Beco esquecido
Já há muito que este assunto vem à baila nas prioridades da Freguesia. Por que será que não somos levados a sério? Por que será que não somos ouvidos? Somos assim tão “pequenos”? É por sermos uma minoria? Ou então só fingem que nos ouvem por alturas de eleições, para que prometamos votos? Chegamos a uma altura em que dá para revoltar… ou essa altura já passou e continuamos revoltados, sem ninguém que nos dê uma palavra verdadeira! Infelizmente, estamos numa terra em que a palavra dos nossos governantes vale muito pouco.

Resido no Beco de Rio-Maior desde que me conheço como gente. E se antes se tratava de um género de caminho de carros de bois, posso afirmar, que ao longo de 27 anos, a evolução foi nula. Apenas se alargou um pouco o caminho, devido a obras nas casas residentes e também ao constante tráfego de pesados, decorrente da construção de uma carpintaria no final deste.

No entanto, instalações essenciais como saneamento, águas pluviais e gaz natural, por mais promessas que tenham sido feitas, nunca foram instituídas. Ora, como se não bastasse este tipo de descriminação, pois penso que de todas as estradas de Paços de Brandão, esta é a única que se encontra neste estado rural, usam a desculpa da não pavimentação da estrada, por de facto, esta ainda não possuir as instalações básicas de saneamento e águas pluviais! Esta, pelo menos, foi uma das desculpas! Outras se seguiram e, pelos vistos, mais estarão para vir! Isto porque, segundo o anterior Presidente da Junta, seria um desperdício pavimentar uma estrada, sem antes fazer as instalações devidas! Então, se era esse o grande problema, porque não fazer as instalações devidas?? Ah, não tinham fundos monetários! A freguesia anda sem fundos monetários há imenso tempo… Mas só para o Beco de Rio Maior!

Resumindo, o caminho, que nem de estrada se pode chamar, vem sido atabalhoadamente guarnecido de cascalho, areia e brita, um pavimento indigno a qualquer cidadão contribuinte, prestador dos seus impostos, por anos e anos! E para piorar a situação, chegam cá e descarregam a carga, os residentes, se quiserem, que espalhem!!! Que generosos!!! O caminho sustenta-se assim por uns míseros meses. Nos tempos rigorosos de chuva, até se torna viável a prática de “todo o terreno”, o que já aconteceu por diversas vezes! Invernos de solo enlameado e verões de ambiente empoeirado! Nem direito temos à limpeza das valetas por parte dos funcionários da junta. Passam pela estrada principal e seguem em frente! Cá não vive gente que tem direito a esses serviços? Acabámos por ser nós a fazê-los…

São incontáveis as visitas ao Sr. Presidente da Junta ou aos seus representantes na abordagem do problema e incontáveis também as promessas feitas por estes, no decorrer do tempo, para a resolução do mesmo! Mas não passaram de meras palavras e “palavras, levam-nas o vento”, como diz o ditado.  
Os habitantes de Paços de Brandão dizem que a freguesia “morreu no tempo”, que poucas foram as obras, investimentos realizados, principalmente a nível dos pavimentos. Desta forma, posso dizer que o Beco de Rio Maior morreu não só no tempo, mas também no espaço! Não deve existir no mapa… só existe para os próprios residentes! Engraçado que consegui encontrá-lo nas coordenadas do GPS… Ah, a freguesia além de não ter fundos, está desactualizada…

Cansada de promessas que nunca se confirmam, recorri ao Engenho no Papel para, de certa forma, ter uma oportunidade de ser ouvida, lida por alguém… manifestar a minha indignação e descontentamento por tantos anos de indiferença! Represento a pequena minoria residente no Beco de Rio Maior, que subscreve as minhas palavras. Deixo apenas aqui o meu testemunho incógnito, com receio de ter que esperar mais 27 anos para que seja “movida uma palha”, no sentido de resolver de vez a situação! 

Agradeço desde já ao blog Engenho no Papel, pela disponibilidade para partilhar estes escritos a todos os Brandoenses.

Sem comentários:

Enviar um comentário